quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Uma fã recalcada. "Arri Égua!!

Não me lembro sequer de algum encontro meu com um ídolo que tenha sido normal, como esses de fãs que conseguem falar tudo que sentem e de quebra ganham autógrafos, fotos e ficam horas no camarim.
Sou da geração Menudo, Rob Lowe, Kevin Coster, Rick Martim. Época em que os artistas além de gatos eram homens com H, pelo menos é o que parecia ser. Dos galãs nacionais só existia um para mim: Eduardo Moscovis. Nossa como achava ele lindo. Era uma admiração secreta, pelo meu perfil de garota do mal. Na escola, eu era a chefe da equipe, a dona da bola de basquete o time começava comigo. Ai de quem chutasse a minha bola.
Na minha cabeça, ter um ídolo era papelão. Por isso me trancava no quarto com as revistas de “girl ten” cheias de fotos de astros gatinhos, se alguém me visse com elas, minha reputação de chefe iria para os babaus. Não sei por que eu era assim, mas era. Gostava de me achar forte só que na verdade eu escondia os desejos de grita Lindooo Eduuuu Moscovis. Todas as outras garotas tinham cadernos com a foto de seus ídolos na capa, o meu era do Lackers. Depois de algum tempo, muitos e muitos anos, já na faculdade, eu relaxei e deixei de ser “the bad” para ser “de boa”, comprei um caderno do Snoop.
Apesar de hoje ainda, achar ter alguns vestígios dessa fase um tanto quanto que nervosa da minha adolescência. Quando levanto em câmera a lenta apenas a minha sobrancelha esquerda e firmo o olhar para o alvo, hum!! Pode saber é um momento de regressão, mas é esse levantar que me segura às mãos e deixa tudo na paz. Pode acreitar estou em paz interior. Sério?!!
A solução de meus problemas em realção ao Ídolo foi um moreno, alto, bonito e sensual chamado Edu Moscovis e, ao mesmo tempo, o acréscimo de mais um problema foi um garto magro, chato, que gostava de futebol com um nome de pagodeiro de mal gosto, Anderson.
Edu me fez ver o mundo diferente, comecei a acreditar que pelo menos existia um homem lindo e lindo que não chutaria bola de basquete. Eu tinha acabado de escolher um ídolo.
Pois bem, tive a única oportunidade de estar frente a frente, cara a cara, olhos nos olhos, com o meu ídolo perfeito e não foi nada legal, muito péssimo, me sentia a piada da estação. Tudo isso é culpa do Anderson que chutou a minha bola de basquete, esse garoto me rogou uma praga.
A história foi o seguinte. Era sábado e minha irmã, sempre ela nas minhas melhores hitórias, foi convidada para entregar a Eduardo Moscovis um presente. Como ela sabia de minha admiração por ele, me chamou. Fomos. Na época ele fazia par romântico com Gloria Pires e eu havia comprado o CD internacional da Novela só pelo fato de ele ser a capa.. ai como eu era louca!!..kkkkkk..era!.
Nooooossa, minha mãe Nossa Senhora, quando entrei já vi de cara ele de costas, ai que lindo, ficou um tempão de costas, mas eu cuidava tanto daquele momento fiquei com os olhos fixos não piscava só para ver a hora exata em que ele viraria de frente. As costas mais lindas de todas as costas deste mundo. Não queria perder nenhum detalhe. Ele usava camiseta básica branca, chinelos e calca gens. Hum!! Roupa perfeita para um encontro de sábado a tarde.
Quando ele virou, ai que sorriso mais Kolinus. Branquinho... estava apaixonada. Eu flutuava naquele sorriso, nem sei o que estavam falando. Era uma entrevista acho. Não sabia do tempo, nada, nada, nada, se bobear nem sabia o meu nome. Para mim estava tudo lindo, aquela distância, o dia perfeito, poderia ir embora. “Será que poderíamos ir ao cinema, é sábado está lotado, todas as garotas vão me ver..kkkk”
Mas não, tinha que acontecer o inimaginável.
Minha Irmã. Olha se tem lógica. Ela conversando com o Homem mais lindo de todo o Planeta, Eduardo Moscovis, teve tempo para me ver e quando me viu foi me dando uma tensão nas pernas, senti minhas bochechas queimarem, dor na barriga, ela começou a abrir a boca e olhando para mim. Conheço o olhar dela, sei quando ela não pensa antes de falar e sai falando tentei parar sua boca com meu olhar esquerdo de sobrancelha levantada, mas não foi o suficiente. Ainda não tinha poderes suficientes.
Gente pensa num lugar cheio, lotado de fãs, reportes, galera da arte, todos querendo falar com o Cara Grego e ele conversando com a Minha irmã e ela resolve me colocar na roda. Quando a vi sabia que iria me dar mal. Ela disse, minto não disse praticamente gritou alto e claro “a Camila quer falar uma coisa para você”.. só se ouvia um silencio, senti todos os olhares para mim. Como sabiam que eu era a Camila? Naquela hora acho que diminui de tamanho na hora. Ele virou com tudo para mim. Não precisava virar eu já estava apaixonada pelas costas. "Por que virou?"
Além de pequena tinha bochechas vermelhas e uma espectativa de que “não... por favor eu não sou a Camila que ela esta se referindo, aliás nem sou Camila”. Ele, Edu, foi tão intenso em saber o que tinha a dizer, me olhou com verdade, profundidade, curiosidade, blabla...dade. Nossa foi forte, tão forte que eu senti toda aquela força e não conseguia pensar em nada a minha sobrancelha esquerda despencou, estava anestesiada, minha boca falou por si só algo incrivelmente ridículo em câmera lenta, bem detalhado, praticamente um soletrando... “Arri Égua!!”..
Não!! Não acredito que disse isso, era outra coisa, mas eu num estava preparada para aqueles olhos. Ai que vergonha. Arri Égua!! Tanta palavra bonita "I Love You", "você é lindo", "sou sua fã", "você vem sempre aqui", "quer casar comigo", mas não eu disse "Arri Égua". O que aconteceu comigo naquele sábado?!! E o cinema?!!
Foi praga do Anderson, ele chutou a minha bola de basquete na oitava série daí eu dei um soco nele na frente de todo a escola e disse “essa bola foi feita para arremessar na cesta não para chutar no gol, entendeu?”.Ai que medo de mim mesma na escola, e foi neste dia que senti pela primeira vez a capacidade de erguer uma sobrancelha apenas. Esse garoto foi a piada da vez durante aquela semana toda e por causa disso, certeza que ele planejou essa praga “um dia Camila eu vou arremessar na sexta para você cair no sábado”.
E foi justamente no sábado em que conheci o Eduardo Moscovis.
Bem esse foi meu encontro com Du Moscovis, quase que ele se apaixonou por mim se não fosse uma praga de um garoto jogador de futebol. Talvez meu nome hoje seria Camila Moscovis.
Kkkkkkk
Abração a todos e de sobrancelha esquerda levemente erguida eu digo
“Anderson.. vai _)@#)@&*%(^&, seu Vi_#)(%)#&(#&^*(&...!, Arri Egua!!”

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