quinta-feira, 5 de maio de 2011

“mini-bug azul conversível”



As vezes acredito que minha vida parou de contar quando aos 15 anos. Daí em diante, até os 33, eu mudei fiz muitas coisas em grupo e outras, sozinha. Ultimamente tenho ficado muita mais luas comigo e é aí que sinto de um vazio. Deixei de plantar muitos sonhos. Tracei um caminho onde o 'faz de conta' perdeu o ‘era uma vez’, parei de sonhar com fadas, príncipes e final feliz. Larguei bonecas, basquete e violão, passei a estudar acreditando ser o que não sou e nunca seria.
Não, não estou criticando nada de meu caminho, Deus me livre pensar algo assim. Gostei de cada passo de minha história, cada vírgula e palavras mal acentuadas, fiz tudo da mesma forma que faria hoje, se o tempo voltasse. Talvez um pouco mais de adjetivos diretos e uns substantivos abstratos só para mostrar o quanto valeu estudar...kkkk.
Bem, li que o mês de Maio é ideal para contar histórias e fiquei pensando em qual assunto falar: casamento de meus pais, vitórias de Carol, as frases de meus sobrinhos, meu anjo Joaquim, o primeiro beijo, a greve que fiz na faculdade, histórias de ídolos, minha vontade de ser paquita, enfim são tantas... não consegui escolher. 
Será que a ausência da Lua no céu? Preciso dela para tomar uma decisão? É bem provável.. Estou lembrando-me que na adolescência brincava a noite na rua de casa (Senador Queiroz, 401 Jd Leblon), juntávamos os grupos sempre na calçada da Dona Geni e lá saiam todas as idéias para tornar a noite mais divertida. Uma das brincadeiras mais pedidas era “uma palavra, uma música” eu adorava e sempre que acabávamos eu olhava para o céu.
A idéia era enxergar além das estrelas, sabia sobre o lance de anos luz coisa e tal, mas pareciam tão reais e eu ficava contemplando o tapete azul escuro de leds. Elas brilhavam mais sem a Lua Cheia. Parece que estou me vendo na calçada da Dona Geni. Uma vez vi uma estrela cadente e na hora pedi “um mini-bug azul conversível”. NÂOOO!! Ai que vergonha estrelinha....kkkkkkkkkkk... Tanta coisa para escolher e num sei, acho que fiquei emocionada e acabei pedindo um “mini-bug azul conversível”.
Esse pedido a estrela fez questão de ignorar, não tinha lógica, não é mesmo?! Hoje aos 33 anos continuo com a mesma mania dos 15 anos, olhar para o céu. Tenho tantos desejos na ponta da língua, uma vontade de ver estrelas caindo. Ignoro a lei da física, não quero pensar em anos luz, só estrelas caindo. Parece que elas caiam mais, agora estão ‘paradinhas’.
Eu também parei de sonhar esses longos últimos anos, talvez uma irreal correria, essa necessidade desnecessária de manter a ordem, rotinas, dinheiro, tempo. Muita coisa ficou mais forte do que eu, como diz um amigo invisível “até a lua, de tempo em tempo, fica cheia” (CMZ) e hoje, sem ela no céu, vejo menos estrelas.
Tenho tanta coisa para dizer, meus pedidos borbulham por “por favor, atenda-me... cai estrelinha”. A vontade é tanta que se eu vir uma estrela caindo AGORA vou pedir um “mini-bug azul conversível”.
Só que agora não terei vergonha vou ficar muito feliz de saber que elas continuam caindo e, eu, consigo vê-las.
Assim como não existe céu sem estrelas, não existe vida sem sonhos.
Obrigada!
Luz, anos Luz para todos.

3 comentários:

  1. Oi Camila.Não se envergonhe, tenho bem mais idade que voce e continuo, buscando os meus 15 anos.

    "Que tamanho tem o universo"
    O universo tem o tamanho do seu mundo.
    Que tamanho tem o seu mundo?
    Tem o tamanho dos seus sonhos"
    Augusto Cury
    Felicidades.

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  2. Gracias.. e pode ter certeza. eu não me envergonho! isso é estímulo...
    kkkkkkk...
    você sumiu eein tia?!
    Saudades!

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  3. Menina, como eu adoro o que vc escreve. Seus contos são deliciosos. Um beijo. Tia Nancy

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