sexta-feira, 22 de maio de 2009

Tudo é demais...

Quando nascemos tudo a nossa volta é grande demais, a luz brilha demais, o som fica alto demais, sono demais, fome demais, e nem sabemos o que mais. Até nós, pequeninos seres, causamos um impacto demais, pois quando chegamos a algum lugar repleto de pessoas grandes, elas logo se importam com o que há de menos no ambiente – “nós”.
Nós somos demais!
Falam como se entendêssemos tudo e repetem incansavelmente sons estranhos, palavras sem sentido e ficamos por entender de menos. O negócio é rir porque é a única forma de comunicação comum entre nós.
A próxima fase, do eu sozinho - andar, falar, comer e mais - , também é o máximo. Ela está diretamente ligada ao tamanho do obstáculo seguinte.
Isso não é demais?
Tornar os demais de menos para crescer. Claro, muitas coisas ficaram de menos por efeito de uma força estranha que decide colocar tudo no chão e transformar “Uma Grande Obra” em “Infinitos Pequenos Abstratos”, convenhamos que dependendo da “Obra” sempre será um “Abstrato”.
Bem, eu disse “os demais se tornariam os de menos”. Tentar evitar esse encontro casual com objetos estranhos é demais e necessário para se manter a paz.
O lema então é “rir” e “evitar a tal ação da força estranha”. E assim, caminhar rumo aos primeiros passos para a tal demais independência. Parece ser fácil.
Mal começamos a mudar a ordem e já criamos um objetivo, brigamos por metas e por jogo, escolhemos um hino, formamos grupos estanhos com pessoas esquisitas e a escola é tudo.
E tudo é demais.
Não pense que de agora em diante a tal força estranha sumiu, pelo contrário ela tomou conta GERAL, está em todas as partes: quando andamos de bicicleta, descemos a escada, subimos muros, no boletim escolar, e a tal história de rir para se ter uma comunicação em comum... Esquece, rir agora é uma arma secreta, dependendo da situação o seu sorriso nunca mais será o mesmo. Todo o cuidado é pouco. Há pessoas e pessoas, nem todas são comuns ao nosso critério de avaliação, muito menos nós somos para elas.
Hum!... e o primeiro amor... Como não cair no primeiro par de olhos azuis?! O amor entra e fica demais para caber em um só lugar, em uma só pessoa, por isso ele derruba. Tentamos com flores, músicas, danças, esporte; fazemos loucuras para conquistar o lindo par de olhos azuis e mesmo assim ficamos a contar lajotas no baile de formatura. Neste caso há uma ação conjunta da força estranha e rir. O amor nos faz cair na alegria.
Mas é o primeiro amor, depois vem a “azaração” ou “pegação”.
Agora é... como se diz... “piração total”. Topamos tudo para ficar “Só...” (Só = gíria jovial que não quer dizer nada, estranha, e conclui qualquer tipo de conversa. Só perde para: “tipo assim”, “gente”, “não”, “tipo” e “cara CE tem que vê”). Tudo que foi demais ensinado em questões de comunicação verbal não faz o menor sentido. Quem falar de menos é o demais da “galera”, tipo assim é o “CARA”, sacou?! E esse “CARA” ganha tudo, todos, todas, passa de ano tirando zero e é o CARA.
Cara é demais. Adrenalina total a flor da pele... cada dia, cada hora, minuto, segundo.. nooossa não fazemos nada e andamos cansados, não temos tempo, discutimos o que não sabemos, e os pais, digo, os “véios”... “tipo assim, não esquenta cara”.
Ser jovem, nos tempos do MSN, Orkut, twinter e coisas demais é de menos, para quem foi jovem nos tempos de Monteiro Lobato.
Bem, agora as coisas são assim e o namoro é quase virtual. Como?!
Virão novos pequenos, estamos exatamente do tamanho que somos e somos a soma do que fomos. As conquistas se tornaram experiências e a tal força estranha, apesar do peso estar maior, é a que nos torna singular a cada prova. Prova essa onde 10 não é a maior nota, aliás, não se tem nota e rir é a melhor ação da vida, embora os tempos estejam carregados, o melhor é fechar os olhos e abrir a boca em gargalhadas.
Daqui para frente o “DEMAIS” é seguir e ver onde vai dar, não se preocupar com o de menos. Viver cada instante da mesma forma como vivemos antes.
Particularmente, falando daqui em diante, não posso continuar o texto. Talvez daqui uns 30 anos conclua essas novas 3 décadas. Por enquanto... faço minha as palavras de Dani Le Rouge:
“viva sem limites e aproveite sem moderações.”

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