sábado, 4 de dezembro de 2010

MAKTUB

Aqui em casa todos possuem certo talento, às vezes o talento de um é tão veloz que deveria chamar “tá-rápido”. Carol por exemplo é do grupo “quickness” , assim: “gente tive uma idéia, a gente pega esse tecido..faz isso, aquilo, da uma volta..PRONTO!!..que tal?”...NOOOOOOSSA!!..

Eu sou do tipo “Talento de Lua” e “Se”. Se ela está alinhada com Marte, qual é a Lua?, se o dólar tá oscilando muito, se o bolo de cenoura tem cobertura de chocolate e se é lua cheia, de quantos graus na escala Richter o mundo está sofrendo?, se os ventos estão vindo do sul. Enfim uma ‘baininha’ da gema danada de porreta nem ai com a ‘em Brasília 19:00’. É tudo uma questão de “calma minha gente, aquilo ali é uma cobra? Pegue o soro então...”kkkk

Mas “simbora”. Como disse, todos aqui em casa têm sua capacidade criativa e trabalha desenvolvendo o seu talento. Quanto vale o talento? Bem, ai é outra questão e não envolve números reais, vai além de qualquer escala, é muito lento esse processo.
Tem uma história que conheço de um músico, hoje famoso, mas que para chegar ao hoje trabalhou firme e confiante. Há alguns anos uma amiga minha preste a entrar na faculdade, na época de 'estuda, estuda, estuda, estuda, durma uma vez e nas horas vagas coma  um pouco'. Tudo isso para conquistar o sonho universitário... Todos os dias quando ela saia do cursinho os professores faziam aquela lavagem cerebral “tem de estudar para ser alguém na vida” e, no caminho para casa, seguia com aquilo martelando em seu pensamento e no caminho sempre passava por uma casa simples de varando pequena, bem próxima da calçada onde um garoto, aparentemente de mesma idade, tocada sem parar as cordas de um violão, TODO SANTO DIA. “Oh meu Deus.. já viu o destino dele.. coitado..”

Ela estudava tanto que não sabia mais quanto custava à entrada do cinema, quem era New Kids on the Block e o nome do garoto mais charmoso da escola. As duas únicas coisas que intrigavam o seu dia eram: “qual o tema da redação da federal” e “o que vai ser daquele menino na varanda tocando violão todos os dias? Coitado...”. 
Bem o tempo passou e ela se tornou o que realmente queria uma psicóloga contratada para fazer trabalhos em aldeias, só falta conquistar a sua casa própria, mas tem um UNO sem ar condiciona. Já o garoto da varando tocando violão tornou-se um dos maiores violeiros do Brasil, compositor de canções famosas, mora numa fazenda no Pantanal e está muito bem, obrigado! Ah, ele tem um Land Rover. Bom né?!
Em resumo, MAKTUB (está escrito).

O tempo que um ou outro leva para chegar não importa, vai chegar na hora certa. É preciso estudar? Claro. Se minha amiga não estudasse tanto, talvez não tivesse realizado o seu sonho, assim como o violeiro famoso, se não tivesse dedicado ao estudo da música... Seria o quê? A diferença de um e outro está na matéria escolhida, agora dizer qual é a mais fácil basta trocar de papel.

O que está escrito para um não é o mesmo que está escrito para outro e cada um segue o seu talento. Muitas vezes sou meu próprio prejuízo quando invento desculpas para não fazer aquilo que me é determinado. 

“Tá-lento” ou “Tá-rápido” não importa seguir ao ritmo de - “Ando devagar porque já tive pressa, levo esse sorriso porque já chorei demias,...Cada um de nós compõe a sua história, cada ser em si carrega o dom de ser capaz e ser feliz...” (Almir Sater) - é que faz  toda a diferença.

Obrigada!