terça-feira, 29 de setembro de 2009

Sem TMP?! é sem TEMPO.

Já perceberam que quando sobra um tempinho para fazer algo fora da rotina, acontece algo inesperado e não acontece, aliás, nem sentimos?... Logo o tempo se ocupa com outra coisa e lá se foi o “tempinho”.
Ultimamente tenho recebidos e-mails diversos sobre isso. “Ame enquanto é tempo”, “Arrume um tempo”, “Dedique seu tempo”.. e mais tempos. Será o fim dos tempos? Se a gente ocupar muito o “tempo” pode ser que de fato ele desgaste e acabe.
Tenho várias amigas, amigos. Eu sou amiga pra Kralho (desculpa o termo, até escrevi errado para melhorar) do tipo com letra maiúscula, meu lema é “amiga é amiga e FDP é FDP”. Esses dias foi meu aniversário, até comentei sobre esse amor por ficar mais velha aqui no meu blog, e sei das infinitas formas de se parabenizar hoje e baseada nisso, preparei a área para tentar vencer o contra tempo, mas não teve jeito os tempos mudaram.
Um dia antes entre no meu Orkut e limpei todos os recados só para receber parabéns e depois responder um a um. Mas na verdade a intenção era quantos iram me ligar e quantos iriam deixar um scrap...kkkkkk.. Lindo isso né? SMS, MSN, scrap, TCC, e-mail, CD, LCD, DVD, NX0, MP, INSS, FGTS, PIS, RG, LULA, TMP, CPM o mundo em siglas, nem falar por completo a gente fala mais. Pois vocês acreditam que recebi 168 mensagens de aniversário, tenho mais de 400 amigos, e 7 ligações, nem vou falar quantos tem meu telefone. Mas a questão não é a falta de ligar se não estaria me condenando pois sou do tipo "NPL" (Não Preciso Ligar).
Minha vó ligou um dia antes por medo de não conseguir, minha madrinha praticamente me acordou, uma tia ligou do celular ao sair do trabalho, minha patroa... kkk.. Ainda bem! De quebra já me deu obrigações.. e três amigos de “forever long time” (sei lá o que isso quer dizer, mas é para sempre).
Esses três amigos são do tipo“VSE” (Você Sabe que Existo) então, “NPL”. Esporadicamente ou precisamente duas vezes ao ano nos falamos uma no meu aniversário outra, no deles.
Sei que o tempo é a maior desculpa utilizada para justificar algo que não precisa ser justificado. “Ah! Desculpe, sei que não tenho tido um tempo para nós, a vida está corrida”.
Sabe o que penso?! Não existe isso, pensar em contratempos, lamentar por não fazer algo e outras coisas que ficam “bulindo” em as idéias. Esqueçam o tempo, deixem ele se virar, viver sozinho e cuidem de si. Se para ser feliz, viver melhor é preciso ver alguém, vai, ou se estar bem é ler um livro, pronto.
Deixe o tempo para conhecer e não para confundir o seu sentimento. Há sempre um outro lado percebam a lua ela tem o lado claro e o escuro, porém não tem luz própria, está no mesmo ritmo há quantos mil anos, inspira os poetas, explorada pela NASA, protege São Jorge, faz sombra tenebrosas, antes de se esconder encontra um jeitinho de sorrir, longe solitária num universo infinito, e sem telefone, celular, e-mail, e QNV? (Quem Nunca Viu?), ela vem sempre visitar.
Você sabe em que lua está?
Pois então, estar em pensamento bom com alguém que gostamos é o mesmo que estar AF – “Aquece o Frio”, mesmo que esteja ausente porém não distante, por que longe é apenas a medida do espaço de um ponto ao outro. O sentimento do bem abraça e rompe barreiras.
Um Beijo Cris, e para muitos outros amigos VSE.
Cantem Caetano "Tempo, Tempo, Tempo entro num acordo contigo".

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Estudar para ser Doutor.

Quem nunca quis ser médico e advogado? Já repararam nisso? Quanto mais crescemos desconhecemos o nosso futuro. Nunca vi ninguém dizer que vai ser “auxiliar de contra regra” ou “sapateiro, vidraceiro, pipoqueiro”. Todo mundo quer ser doutor. Pufs!! Eu já entrei nessa. Cinco anos de medicina.
Cinco anos entrando numa sala de vestibular e vendo 80% dos candidatos do ano anterior, sabia o nome de cor já. Tinha um tal de Carlos, já estava lá quando comecei o meu caminho, durante todo esse tempo de tentativas estava ele lá com seus cabelos cada vez mais grisalhos , desisti e Carlos continuou. Fui fazer Educação Física e no meu último ano da faculdade quem encontro de jaleco branco, poucos cabelos e muitos livros na mão?! Futuro Doutor Carlos.
Feliz de vê-lo me sentei e fiquei olhando para aquela figura carimbada de vestibular para medicina. Praticamente, por alto, ele deve ter tentado uns 10 anos. O que tanto mais ele precisaria saber para entrar, por que a demora?
Vendo pelos corredores, sorrindo, combinando com aquele jaleco branco gelo, uma aparência de professor, porém aluno me fez pensar na paciência que o tempo tem conosco. Puxa vida, acordamos acelerados, sem tempo para isso, para aquilo, mal entramos no carro já ligamos o celular.
Vivemos para correr, arrisca ali se num dá certo.. larga mão. Fazemos aquilo outro e se deu errado a culpa é da falta de tempo para fazer com calma. Não que eu me arrependa de não ser médica, não..., mas aquele homem deu tempo ao tempo, talvez, agora, estivesse preparado para ser um médico.
Quantas vezes estamos despreparados e ainda sim arriscamos errar? Muitas! Concertar é a questão.
Na minha 5° série eu reprovei a mando de minha mãe. Posso falar isso com segurança, sem problemas, ninguém vai questionar até porque ela tinha razão. A secretaria da minha escola havia errado a nota no boletim final, deu como se eu tivesse reprovado, minha mãe foi conversar com o meu professor de higiene e saúde (nem existe mais essa matéria, acho até que só teve aquele ano) para ver a prova. Ele ficou assustado em saber do acontecido e afirmou eu ter passado, mas minha mãe ainda sim quis ver a prova.
Mãe é mãe. E nem examinou direito, mandou me reprovar. Meu professor ficou assustado, “como?!”. Ela sem muitos adjetivos disse “Camila não está preparada para passar de ano”. Agora pensa eu, em casa, esperando minha mãe chegar com a notícia boa e me vejo naquela situação de “Nãooo, a Senhora fez isso?!” e sem poder reclamar. Reclama para ver.
Hoje me vejo, olhando para trás e se não fosse a 5° série, os cinco anos para medicina o que seria de mim?
Temos mania uma de achar que nunca vai dar para fazer, sempre algo vai impedir um acontecimento. Mania de “misere” somos pobres de esperanças, sonhos, desejos, planos, criatividades. Assistimos Tv demais e Teatro de menos. Lemos muitas receitas e poucos livros. Apegamos-nos a matéria e esquecemos-nos do espírito.
Não sabemos esperar e por isso estmos sempre atrasados.
Carlos se forma este ano. Que seja um ótimo Doutor na mesma proporção que eu sou feliz.
Obrigada Tempo.

domingo, 13 de setembro de 2009

Não nasci ontem, nasci em 21 de setembro de 1977.

Daqui 7 dias é meu aniversário, vou para casa dos 3.2 anos de vida. Um ano novo, parece que já estou sentido, mas não sei o que fazer.
Cresci e mudei.
Mudei muito, onde que já se viu eu dias antes de meu aniversário não organizei uma festa, não preparei a trilha sonora, o tema, a “comilança”, a lista de convidados, a garagem? não estou acreditando. Está certo que ainda me restam 168 horas, dá tempo.
Eu sempre procuro marcar minhas idades. Com 10 anos decidi ser a versão brasileira da "Levada da Breca". Lenço vermelho amarrado em uma das pernas e na outra a calça Jens era dobrada até o joelho, usava uma jaqueta verde e era dona da bola de basquete. Ser dona da bola é que nem ser a voz maior da galera, eu comandava e esse reinado durou muito tempo até chegar a hora de crescer e entrar na faculdade.
Ai a questão não era festa de aniversário e sim comer apostilas, livros, equações, funções, tabela periódica, leis da mecânica, da inércia, do movimento, solução líquida, gasosa, metano, etano, álcool gel, tangentes, catetos, hipotenusa, triângulos eqüilátero, retângulo e das bermudas, revolução Francesa, Industrial e do, se existisse, pré-sal. Tanto é fato que ganhei de 15 anos uma escrivaninha.
Agora me diga para que estudar tanto se tudo se resolve na regra de 3?
Não entrei no primeiro vestibular também pudera precisava de muito tempo para estudar tudo aquilo, e outra a escrivaninha era muito linda. Até a oitava série - hoje esse tal nono ano, na época de minha mãe colegial e acredito que na de meu neto será outro nome - a gente se concentrava em saber ler, escrever direito e jogar basquete. Ser jovem, paquerar, matar aulas e coisas que me dão saudades.
Pois então, 20 anos decidi ser voluntária... entrei em várias. Onde existia um lugar precisando de ajuda eu estava lá, talvez existisse a idéia inconsciente de que se eu ajudar um receberei um ajuda em troca, imagine se eu ajudar o máximo que puder, não precisarei decorar a tabela periódica. Feito!
Entrei na faculdade dois anos depois, num é que deu certo. Mas nem por isso deixei de ser voluntária, pois lógico agora eu teria de me formar. Então entrei em mais ações sociais. E funcionou de novo, me formei quatro anos depois.
No ano seguinte resolvi aprender a tocar violão... parei, mas ainda tento tocar. O problema não é quando toco e sim quando canto...
Com 28 anos fui morar só e longe. Péssima idéia, mentira, não foi tão horrível assim, até tenho saudades... dos amigos, do silêncio, o apartamento com móveis de papel que eu pegava na livraria da frente de onde trabalhava, pofs de pett, quadros de pôster de cinema. A poltrona do papai era a bóia Pink. Foi um ano maravilhoso onde me conheci, apesar de sentir uma saudade “Piiiiii” da minha família, foi sem dúvida uma ótima idéia.
Em 2006, quando tinha 29 anos eu voltei para casa e foi o ano em que conheci Deus. Já o conhecia, mas agora ele veio em prova de milagre. Minha irmã Carol ficou muito doente, 45 dias em coma. Aprendi a rezar com muita fé, de olhos fechados e vendo a luz do Espírito Santo, acreditando fielmente que milagre existe e existiu. Hoje dói quando me esqueço deste tempo, não posso e não devo. O problema era outro, aliás, nem havia, tudo era motivo de esperança, alegria e paciência. Carol está aqui conosco e muito bem.
Foi tão bom que resolvi, aos 30 anos, pintar meus cabelos de brancos, tirar carteira de motorista, me tornar produtora, mais voluntária, rir da vida e cantar bem alto tocando violão. Montei até uma banda, “Os Pernilongos” e num é que fizemos 4 shows!!...
Hoje aos fins de meus últimos 31 anos me sinto maravilhosamente feliz. Descobri que gosto de escrever, tenho um blog com seis seguidores conhecidos – considerando que destes um sou eu mesma e outra é uma mesma pessoa duas vezes - e alguns desconhecidos, isso me deixa bastante feliz. Sei que posso publicar um livro, ou até mais. Tenho um fusca vermelho..liiiiiiiindo que funciona. Um emprego e várias oportunidades, muitos amigos, um coração quieto mas que sente uma alegria imensa em poder bater.
Hoje me sinto a soma do que fui todos esses 11’160 dias e isso é motivo suficiente para festejar. Me desejo mais 11’160 dias de puro amor a vida.
Parabéns para mim de mim.
Obrigada meu Deus
E para vocês meus seguidores tenham todos muita algria 3 vezes ao dia: de manhã, de tarde e de noite.